quarta-feira, 6 de julho de 2011

18/05/2011 - 2

“De repente, não mais que de repente”. Assim disse o grande Vinícius. E, para mim, ele estava completamente correto. Pois eu também precisava de uma preparação psicológica para o nosso adeus. O que mais dói numa despedida não é o ato em si, mas o período seguinte a ela, no qual sofremos com as lembranças: lembranças da despedida e, mais que isso, lembranças da presença, lembrança do que era bom e a percepção de que em comparação com aquilo o agora é insípido, sem graça.

E posso dizê-lo por experiência própria uma vez que é exatamente o que tenho vivido desde que nos separamos. Acho que não é correto ser tão melancólico se, pelo menos segundo dizem, a minha vida não acabou quando você foi embora e eu posso continuar normalmente e ser feliz. Mas não consigo evitar, simplesmente sofro com nossa distância repentina.

Já escrevi algo assim antes, provavelmente para outro alguém que se foi - e isso talvez me faça parecer meio volúvel, mas sempre tem gente saindo da minha vida - porém quero enfatizar a ideia: sei que biologicamente não preciso de você para viver e isso significa que talvez um dia eu supere, e minha morte não chegará só porque você partiu; mas esta saudade está matando a minha essência. Volte. Mesmo que eu não necessite, eu prefiro viver com você perto de mim.

( dedicado with luv @LuisaMelo93 @Kiqfication )

quinta-feira, 30 de junho de 2011

18/05/2011

Concreto.
Abstrato.
São apenas palavras
Tentando definir o indefinível.
Como o meu amor pode ser abstrato
Se a dor que me causa é tão concreta,
Quase palpável
Governando minhas ações?
E como podem ser concretas
Todas essas pessoas para mim anônimas
Que passam por mim todos os dias
Se eu não as vejo
Já que estou imersa em meus pensamentos?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Convesinhas Noturnas 2

-Fê, acorda.
-Hum... O que foi Marina? Algum barulho estranho?
-Sim,sim. Dos meus pensamentos.
-Hã? Você tem certeza que já acordou?
-José Fernando, são 2 e 57 da manhã, não fale comigo como se eu fosse uma criança. Se te acordei é porque é sério.
-Ok,ok, já estou sentando Marina. Agora diga-me, o que foi?
-Acho que eu não te quero mais, Fê. Como marido,eu digo. Acho que não consigo superar nossas diferenças.
-Pai do céu... eu vou dormir,viu? Você também devia dormir e esquecer essas besteiras.
-Fê, é sério.
-Olhe Marina,já vamos fazer 60 anos juntos e eu te amo mais a cada minuto que passa. Se você acha que já não me ama eu posso conviver com isso: amarei por nós dois. Se você acha que não é mais feliz ao meu lado, eu deixo você ir atrás da sua felicidade e voltar pra mim de novo quando perceber que ninguém no mundo vai te amar como eu. Agora, pelo amor de Deus, deixe essas crises existencias pro namoro de nossos netos, ou prum outro horário, de preferência quando eu não estiver dormindo. Vamos voltar a dormir, está bem?
-Oh Fê... Me desculpe... é que às vezes eu sou tão bocó. Obrigada por sempre cuidar de mim. Durma bem, meu bem.
-Você também vida minha. E por favor não esqueça mais de tomar o remédio das 21h,ok?
-Fê...
-Oi.
-Eu te amo.
-Eu sei Ma, eu sei...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Raining

E pegou-se pensando no "se".
E sentiu-se um homem covarde.
Deveria ter ido atrás dela naquela platarfoma de trem. Aliás nem deveria tê-la deixado ir até aquela platarfoma.
E lembrou-se da música.
E sentiu-se um homem triste.
O que teria acontecido se ele tivesse coragem e simplesmente não deixasse as coisas irem tão longe? Se não deixasse as mágoas se aprofundarem daquela maneira.
E olhou-se por dentro.
E sentiu-se patético.
Aquelas palavras dela de muitos anos atrás ressoaram em sua mente e ele imaginou que ela não era do tipo que se permitiria ficar remoendo o que seria do que não aconteceu.
E encarou-se no espelho.
E decidiu-se.
Ia por fim esquecer.
A última gota da chuva caiu. Caiu na pontinha do sapato, retirando a poeira e deixando uma marquinha redonda como a de uma última lágrima numa folha de papel.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Conversinhas noturnas 1

- Amas-me?
- Oras Daniel. Por que pergunta se já sabes a resposta?
- Creio que não me amas, pelo menos assim me parece.
- Mas já não lho disse tantas vezes? Carece dizê-lo novamente? Pois então, para que fiques satisfeito, sim, amo-te. É suficiente?
- Quanto me amas?
- Mais essa... Amo-te deste tamanhão assim. Basta-te?
- Não, quem ama "deste tamanhão assim" sou eu, que amo a ti. Quanto a você, tenho agora certeza, não me ama e aqui está por pura conveniência. Mas deixemos isto de lado e durmamos. Boa noite Tereza.
- Durma bem, Daniel.
...
- Ainda assim te amo, Tereza. Te amo muito, sabias?
- Ah Daniel, vai dormir!