Hoje eu senti de aquela nostalgia que se tornou tão caracteristicamente minha.
Aquele poço sem fim de saudade me chamando, invocando a minha presença, como se soubesse que eu iria certamente me deixar envolver na escuridão e no vazio também infinitos.
Aquela vontade de ser senhora do tempo, senhora de minhas vontades, senhora da razão, senhora do desconhecido, apenas senhora, absoluta e soberana.
Inutilmente tentei ignorar a minha nostalgia, fingir que desconheço este sentimento avassalador que me prende e me torna dependende de tudo que não mais existe.
Mais uma vez me fiz escrava de mim e cedi à pressão de recordar, ainda que não inteiramente, a essência que me deixou, o eu que não sou mais.
Tornou-se rotineiro este jogo de me perder e me achar dentro de mim, de tentar resgatar um passado esmiuçado e sem vida, de comparar o real e o ilusório, de implorar por um resquício qualquer de existência, um indício de sobrevivência, que preencha o vazio que paradoxalmente ocupou o lugar do que antes fervilhava de ideias e criatividade, uma alma viva e lúcida agora inerte e inútil.
Batalha perdida.
Mais um dia se passou. Hoje foi só hoje. Amanhã vem tudo de novo.
"Mas se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito"
sábado, 11 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
12/09/2011
Loving - leaving
Hoje eu estou, mais uma vez, escrevendo por falta de coragem para falar. (Talvez hoje a minha "coragem" possa ser substituída por "vontade"). Hoje, pela milésima vez desde que te conheci, eu resolvi desistir de você. Por que eu acredito que desta vez vai funcionar? Porque desta vez estou desistindo com motivos reais, pelas razões certas. Mesmo assim é tão difícil...
Me lembro de pensar em você mesmo antes de te conhecer. Lembro perfeitamente de ver seu nome na lista de alunos, de pensar que havia algum erro. Lembro de você ter faltado as primeiras aulas do ano e de meus colegas fazerem piadas com seu sobrenome. Lembro de quando você finalmente apareceu e de gostar de você assim que vi a sua cara, essa cara de criança-poodle. Lembro de irmos juntos à biblioteca e de, sorrindo por dentro, pensar que você era um mau-caráter - lembro de ter gostado ainda mais de você depois deste pensamento. Lembro de uma aula vaga, que você aproveitou para ir passar o tempo com seus ex-colegas e lembro de ter ficado com muito, muito, muito ciúme deles. Lembro dos nossos planos loucos, que na época eu achava que nunca ia querer realizar. Lembro de ficar com saudade, sozinha e deslocada quando você faltava aula. Lembro de quando brigamos, lembro de todo o seu rancor e de ter me arrependido amargamente por ter mentido pra você. Lembro de ter pensado em nunca me separar de você e muito mais vezes em me afastar. Lembro de você vestido de preto e de ter te achado lindo naquele dia. Eu lembro disso tudo, esse menino. Mas não lembro exatamente, no meio de tudo isso quando foi que comecei a gostar tanto assim de você.
Perdi a conta de quantas vezes senti raiva, ciúme, saudade, vontade de você. Perdi a conta de quantos planos fiz para te contar o quanto te gostava. De quantas vezes o meu coração bateu mais forte por causa de você. De quantas noites de sono perdi, de quantas lágrimas derramei. Perdi a conta de quantas vezes me senti confusa sobre os meus sentimentos e quis nunca ter te conhecido. E do quanto, mesmo assim, desejei ter você perto de mim.
Mas isso sempre foi segredo meu. Talvez por isso tenha machucado tanto e por tanto tempo. Agora que estou externando espero que suma de vez. E enfim chegou a hora de realmente deixar de lado todo este sentimentalismo, este romantismo bobo que apenas velhas gagás como eu possuem. E desta vez estou certa de que conseguirei, porque me determinei a isso. Já basta deste sentimento dentro de mim porque ele não me cabe mais no peito, então escorre para minhas entranhas e depois é repentinamente expelido por mim saindo de minha língua em forma de palavras. Se eu continuar nesse ritmo haverá penas demais espalhadas ao vento e eu não serei capaz de recolhê-las. Então simplesmente farei o que fui ensinada a fazer desde pequena e cortarei este mal de dentro de mim.
Ainda hoje, com esta determinação toda, se você se voltasse para mim e dissesse que me ama eu largaria todos os meus princípios, largaria a minha vida e correria para os seus braços de pirralho. Mas isso não vai acontecer, não é? Porque eu não sou 'your endless love'.
Sayonara ^^
Hoje eu estou, mais uma vez, escrevendo por falta de coragem para falar. (Talvez hoje a minha "coragem" possa ser substituída por "vontade"). Hoje, pela milésima vez desde que te conheci, eu resolvi desistir de você. Por que eu acredito que desta vez vai funcionar? Porque desta vez estou desistindo com motivos reais, pelas razões certas. Mesmo assim é tão difícil...
Me lembro de pensar em você mesmo antes de te conhecer. Lembro perfeitamente de ver seu nome na lista de alunos, de pensar que havia algum erro. Lembro de você ter faltado as primeiras aulas do ano e de meus colegas fazerem piadas com seu sobrenome. Lembro de quando você finalmente apareceu e de gostar de você assim que vi a sua cara, essa cara de criança-poodle. Lembro de irmos juntos à biblioteca e de, sorrindo por dentro, pensar que você era um mau-caráter - lembro de ter gostado ainda mais de você depois deste pensamento. Lembro de uma aula vaga, que você aproveitou para ir passar o tempo com seus ex-colegas e lembro de ter ficado com muito, muito, muito ciúme deles. Lembro dos nossos planos loucos, que na época eu achava que nunca ia querer realizar. Lembro de ficar com saudade, sozinha e deslocada quando você faltava aula. Lembro de quando brigamos, lembro de todo o seu rancor e de ter me arrependido amargamente por ter mentido pra você. Lembro de ter pensado em nunca me separar de você e muito mais vezes em me afastar. Lembro de você vestido de preto e de ter te achado lindo naquele dia. Eu lembro disso tudo, esse menino. Mas não lembro exatamente, no meio de tudo isso quando foi que comecei a gostar tanto assim de você.
Perdi a conta de quantas vezes senti raiva, ciúme, saudade, vontade de você. Perdi a conta de quantos planos fiz para te contar o quanto te gostava. De quantas vezes o meu coração bateu mais forte por causa de você. De quantas noites de sono perdi, de quantas lágrimas derramei. Perdi a conta de quantas vezes me senti confusa sobre os meus sentimentos e quis nunca ter te conhecido. E do quanto, mesmo assim, desejei ter você perto de mim.
Mas isso sempre foi segredo meu. Talvez por isso tenha machucado tanto e por tanto tempo. Agora que estou externando espero que suma de vez. E enfim chegou a hora de realmente deixar de lado todo este sentimentalismo, este romantismo bobo que apenas velhas gagás como eu possuem. E desta vez estou certa de que conseguirei, porque me determinei a isso. Já basta deste sentimento dentro de mim porque ele não me cabe mais no peito, então escorre para minhas entranhas e depois é repentinamente expelido por mim saindo de minha língua em forma de palavras. Se eu continuar nesse ritmo haverá penas demais espalhadas ao vento e eu não serei capaz de recolhê-las. Então simplesmente farei o que fui ensinada a fazer desde pequena e cortarei este mal de dentro de mim.
Ainda hoje, com esta determinação toda, se você se voltasse para mim e dissesse que me ama eu largaria todos os meus princípios, largaria a minha vida e correria para os seus braços de pirralho. Mas isso não vai acontecer, não é? Porque eu não sou 'your endless love'.
Sayonara ^^
quarta-feira, 6 de julho de 2011
18/05/2011 - 2
“De repente, não mais que de repente”. Assim disse o grande Vinícius. E, para mim, ele estava completamente correto. Pois eu também precisava de uma preparação psicológica para o nosso adeus. O que mais dói numa despedida não é o ato em si, mas o período seguinte a ela, no qual sofremos com as lembranças: lembranças da despedida e, mais que isso, lembranças da presença, lembrança do que era bom e a percepção de que em comparação com aquilo o agora é insípido, sem graça.
E posso dizê-lo por experiência própria uma vez que é exatamente o que tenho vivido desde que nos separamos. Acho que não é correto ser tão melancólico se, pelo menos segundo dizem, a minha vida não acabou quando você foi embora e eu posso continuar normalmente e ser feliz. Mas não consigo evitar, simplesmente sofro com nossa distância repentina.
Já escrevi algo assim antes, provavelmente para outro alguém que se foi - e isso talvez me faça parecer meio volúvel, mas sempre tem gente saindo da minha vida - porém quero enfatizar a ideia: sei que biologicamente não preciso de você para viver e isso significa que talvez um dia eu supere, e minha morte não chegará só porque você partiu; mas esta saudade está matando a minha essência. Volte. Mesmo que eu não necessite, eu prefiro viver com você perto de mim.
( dedicado with luv @LuisaMelo93 @Kiqfication )
E posso dizê-lo por experiência própria uma vez que é exatamente o que tenho vivido desde que nos separamos. Acho que não é correto ser tão melancólico se, pelo menos segundo dizem, a minha vida não acabou quando você foi embora e eu posso continuar normalmente e ser feliz. Mas não consigo evitar, simplesmente sofro com nossa distância repentina.
Já escrevi algo assim antes, provavelmente para outro alguém que se foi - e isso talvez me faça parecer meio volúvel, mas sempre tem gente saindo da minha vida - porém quero enfatizar a ideia: sei que biologicamente não preciso de você para viver e isso significa que talvez um dia eu supere, e minha morte não chegará só porque você partiu; mas esta saudade está matando a minha essência. Volte. Mesmo que eu não necessite, eu prefiro viver com você perto de mim.
( dedicado with luv @LuisaMelo93 @Kiqfication )
quinta-feira, 30 de junho de 2011
18/05/2011
Concreto.
Abstrato.
São apenas palavras
Tentando definir o indefinível.
Como o meu amor pode ser abstrato
Se a dor que me causa é tão concreta,
Quase palpável
Governando minhas ações?
E como podem ser concretas
Todas essas pessoas para mim anônimas
Que passam por mim todos os dias
Se eu não as vejo
Já que estou imersa em meus pensamentos?
Abstrato.
São apenas palavras
Tentando definir o indefinível.
Como o meu amor pode ser abstrato
Se a dor que me causa é tão concreta,
Quase palpável
Governando minhas ações?
E como podem ser concretas
Todas essas pessoas para mim anônimas
Que passam por mim todos os dias
Se eu não as vejo
Já que estou imersa em meus pensamentos?
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Convesinhas Noturnas 2
-Fê, acorda.
-Hum... O que foi Marina? Algum barulho estranho?
-Sim,sim. Dos meus pensamentos.
-Hã? Você tem certeza que já acordou?
-José Fernando, são 2 e 57 da manhã, não fale comigo como se eu fosse uma criança. Se te acordei é porque é sério.
-Ok,ok, já estou sentando Marina. Agora diga-me, o que foi?
-Acho que eu não te quero mais, Fê. Como marido,eu digo. Acho que não consigo superar nossas diferenças.
-Pai do céu... eu vou dormir,viu? Você também devia dormir e esquecer essas besteiras.
-Fê, é sério.
-Olhe Marina,já vamos fazer 60 anos juntos e eu te amo mais a cada minuto que passa. Se você acha que já não me ama eu posso conviver com isso: amarei por nós dois. Se você acha que não é mais feliz ao meu lado, eu deixo você ir atrás da sua felicidade e voltar pra mim de novo quando perceber que ninguém no mundo vai te amar como eu. Agora, pelo amor de Deus, deixe essas crises existencias pro namoro de nossos netos, ou prum outro horário, de preferência quando eu não estiver dormindo. Vamos voltar a dormir, está bem?
-Oh Fê... Me desculpe... é que às vezes eu sou tão bocó. Obrigada por sempre cuidar de mim. Durma bem, meu bem.
-Você também vida minha. E por favor não esqueça mais de tomar o remédio das 21h,ok?
-Fê...
-Oi.
-Eu te amo.
-Eu sei Ma, eu sei...
-Hum... O que foi Marina? Algum barulho estranho?
-Sim,sim. Dos meus pensamentos.
-Hã? Você tem certeza que já acordou?
-José Fernando, são 2 e 57 da manhã, não fale comigo como se eu fosse uma criança. Se te acordei é porque é sério.
-Ok,ok, já estou sentando Marina. Agora diga-me, o que foi?
-Acho que eu não te quero mais, Fê. Como marido,eu digo. Acho que não consigo superar nossas diferenças.
-Pai do céu... eu vou dormir,viu? Você também devia dormir e esquecer essas besteiras.
-Fê, é sério.
-Olhe Marina,já vamos fazer 60 anos juntos e eu te amo mais a cada minuto que passa. Se você acha que já não me ama eu posso conviver com isso: amarei por nós dois. Se você acha que não é mais feliz ao meu lado, eu deixo você ir atrás da sua felicidade e voltar pra mim de novo quando perceber que ninguém no mundo vai te amar como eu. Agora, pelo amor de Deus, deixe essas crises existencias pro namoro de nossos netos, ou prum outro horário, de preferência quando eu não estiver dormindo. Vamos voltar a dormir, está bem?
-Oh Fê... Me desculpe... é que às vezes eu sou tão bocó. Obrigada por sempre cuidar de mim. Durma bem, meu bem.
-Você também vida minha. E por favor não esqueça mais de tomar o remédio das 21h,ok?
-Fê...
-Oi.
-Eu te amo.
-Eu sei Ma, eu sei...
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